2 de fev. de 2007

Erro a dois

Certa vez escrevi uma estrofe e julguei ser minha melhor estrofe. Falava de erro, de coisas que faço, de coração sem espaço. Julguei mesmo ser minha melhor estrofe, e parecia uma estrofe inigualável. Ela pedia um soneto, mas nenhuma estrofe minha poderia ser igual àquela, nem chegaria perto de seu nível.
Realmente, nenhuma estrofe minha chegou perto do nível daquela, mas eis que surgiu a prima Cecilia e se ofereceu para ajudar. Então aquela estrofe que julgava não apenas ser minha melhor, mas ser também só minha, de tanto que eu havia me apegado a ela, ganhou companheiras, e a quatro mãos surgiu um soneto, meu melhor soneto para minha melhor estrofe, mas o soneto não é só meu. Sem a prima não poderia tê-lo escrito. Coisas que faço com Cecilia Peretti.

Coisas que faço

Depois do erro feito
Digo que são coisas que faço
De coração que não tem espaço
Para bater no próprio peito

Soltas as palavras ao vento
Eu mesmo em seguida me contesto
E se no mesmo instante me detesto
No minuto seguinte me lamento

Ah, aríete tresloucado
Contra meu peito arremessado
Em frenético descompasso

Se digo, me deixo e faço
Dos meus sentimentos o laço
Com que me quedo apaixonado

Um comentário:

Anônimo disse...

Primos poetas, rimas irmãs...

Estaria uma futura parceria a se delinear no horizonte?
Vida longa à poesia!
À família!
E à amizade! :)

Beijos da Prima Cecilia